Estratégia Low FODMAP e endometriose: como a alimentação pode ajudar no controle dos sintomas

A endometriose é uma condição inflamatória crônica que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, além disso, causa dor pélvica, inchaço abdominal, fadiga e outros sintomas que comprometem a qualidade de vida. No entanto, além dos tratamentos médicos convencionais, a alimentação pode ser uma poderosa aliada para o manejo dos sintomas da endometriose. Nesse sentido, duas estratégias alimentares que vêm ganhando destaque nesse contexto são a dieta Low FODMAP e a dieta baixa em histamina.

O que é a Dieta Low FODMAP?

A dieta Low FODMAP foi inicialmente desenvolvida para pessoas com Síndrome do Intestino Irritável (SII) e consiste na redução de carboidratos fermentáveis presentes em diversos alimentos. Esses carboidratos, por sua vez, são conhecidos como FODMAPs, e são de difícil digestão. Dessa forma, quando fermentados no intestino, podem causar sintomas como inchaço, gases e dores abdominais.

Os FODMAPs incluem:

  • Oligossacarídeos (como trigo e cebola),
  • Dissacarídeos (lactose, presente no leite),
  • Monossacarídeos (como a frutose, presente no mel),
  • Polióis (sorbitol, manitol, frequentemente encontrados em adoçantes artificiais).

Ao adotar uma dieta Low FODMAP, é possível reduzir a fermentação no intestino, dessa forma, aliviar os sintomas intestinais que podem agravar o desconforto de mulheres com endometriose. Ademais, a dieta é dividida em três fases: eliminação, reintrodução e personalização, sempre com o acompanhamento de um nutricionista.

Relação entre endometriose, dieta Low FODMAP e síndrome do intestino irritável

A endometriose e a Síndrome do Intestino Irritável (SII) compartilham sintomas semelhantes, em suma, dores abdominais e inchaço. Além disso, estudos mostram que mulheres com endometriose têm até três vezes mais chances de desenvolver SII em comparação com aquelas que não possuem a condição. Por esse motivo, estratégias que visam controlar os sintomas gastrointestinais podem ser extremamente eficazes para pacientes com endometriose.

De fato, em uma pesquisa com nutricionistas que tratam de mulheres com endometriose, a maioria recomendou a dieta Low FODMAP, e como resultado, mais de 75% das pacientes relataram melhorias nos sintomas gastrointestinais após seguir a dieta.

O papel da dieta baixa em histamina

Além da dieta Low FODMAP, a dieta baixa em histamina também pode desempenhar um papel importante no controle dos sintomas da endometriose. Nesse contexto, a histamina é uma substância que, quando presente em excesso no organismo, pode causar inflamações, reações alérgicas e outros sintomas desconfortáveis, como dores de cabeça, fadiga e problemas digestivos — todos comuns em pacientes com endometriose. Portanto, reduzir o consumo de alimentos ricos em histamina pode ajudar a aliviar esses sintomas.

Alimentos ricos em histamina incluem:

  • Produtos fermentados (como vinagre, queijos envelhecidos e bebidas alcoólicas),
  • Carnes processadas,
  • Frutos do mar,
  • Tomate e berinjela.

Ao reduzir o consumo de alimentos ricos em histamina, é possível ajudar a diminuir os níveis de inflamação no corpo, o que pode aliviar os sintomas crônicos da endometriose.

Benefícios combinados para pacientes com endometriose

Adotar uma estratégia combinada de dieta Low FODMAP e baixa em histamina pode oferecer benefícios significativos para mulheres com endometriose. Essa abordagem, portanto, visa tanto o controle dos sintomas gastrointestinais quanto a redução da inflamação crônica, que é uma das principais características da endometriose.

Além disso, um nutricionista especializado pode ajustar a dieta conforme as necessidades e a tolerância de cada paciente, garantindo que a alimentação continue equilibrada e nutricionalmente adequada.

Vale ressaltar que a endometriose é uma condição complexa que exige um tratamento multifacetado. A combinação das dietas Low FODMAP e baixa em histamina oferece uma abordagem natural e eficaz para o controle dos sintomas. Dessa forma, ao modificar a alimentação, muitas mulheres conseguem aliviar dores abdominais, inchaços e outros desconfortos que acompanham a doença, melhorando assim sua qualidade de vida.

Por fim, lembre-se: qualquer mudança alimentar deve ser feita com o acompanhamento de um profissional de saúde.

Dicas Finais:

  • Procure um nutricionista para personalizar sua alimentação
  • Mantenha um diário alimentar para identificar quais alimentos desencadeiam sintomas.
  • A reintrodução gradual de alimentos é fundamental para identificar tolerâncias individuais.

Com as estratégias alimentares adequadas, é possível viver com mais conforto e bem-estar, mesmo com endometriose. Precisa de ajuda, agende se atendimento, com Joice Garcia Belda.

(Foto: Tuyền Nguyễn/Pèxels)